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27.11.09

Compilation



Volume dois de uma das primeiras compilações Cafeína (link atualizado), com mais versões de Slave to the Rhythm, incluindo uma de Bebel Gilberto exclusiva do iTunes. Não percam Adriana Calcanhotto cantando Me Dê Motivo, hit de Tim Maia e a voz cristalina de kd Lang em Upstream.

1. Grace Jones - Slave To The Rhythm (4:22)
2. Shirley Bassey - I Love You Now (3:45)
3. Joss Stone - You Got The Love (3:34)
4. Robin McKelle - Abracadabra (3:34)
5. Timi Yuro - Call Me (2:50)
6. Grant Lee Phillips - Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me (4:07)
7. Lanny Gordin e Adriana Calcanhoto - Me Dê Motivo (3:51)
8. kd lang - Upstream (3:37)
9. Gladys Knight and the Pips - Help Me Make it Through the Night (4:20)
10. Marina Lima - Como Dois e Dois (3:46)
11. Samon Kawamura feat. Laura Lopez Castro - No Te Puedo Ver (5:23)
12. Serge Gainsbourg - Chez Les Yé-Yé's (Minimatic Remix) (4:31)
13. The Juju Orchestra feat. Katia B - Não Posso Demorar (6:28)
14. Bebel Gilberto - Slave to the Rhythm (3:12)

Aqui.

19.11.09

Dirty Harry



"Go ahead, punk, make my day."

Perseguidor Implacável (Dirty Harry, 1971), de Don Siegel, é a primeira aventura do detetive que sedimentou a fama de mau que Clint Eastwood fez questão de preservar pelo resto de sua carreira. A trilha sonora primorosa é assinada pelo mago Lalo Schifrin que, entre outras coisas, compôs o inesquecível tema da série Missão: Impossível. Um filme com uma estética de fazer cair o queixo e diálogos emblemáticos que ficaram cristalizados para sempre na cultura pop.

13.11.09

Sheldon Clones


Cena da SitCom mais engraçada e bem escrita dos últimos anos, The Big Bang Theory.

12.11.09

Guilty Pleasure



"Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial."
Virginia Woolf

11.11.09

Mary e Max



Cena da animação Mary e Max, com as vozes de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman e Eric Bana, com uma atmosfera melancólica e tristonha, além da trilha sonora de primeira – incluindo uma cena memorável com a versão do Pink Martini para Que Sera, Sera (Whatever Will Be, Will Be).

10.11.09

Beth Goulart faz Clarice Lispector



"Alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criada e eu mesma também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la, abençoa-me para eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma, pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém."

Beth Goulart escolheu muito adequadamente o texto Prece para terminar seu monólogo em que faz Clarice Lispector no teatro. Apesar de certos maneirismos exagerados e uns tropeços na hora de reproduzir a língua presa da autora falecida em 1977, parece que a atriz encontrou um equilíbrio interessante na sua montagem intitulada "Simplesmente Eu. Clarice Lispector". O cenário e o figurino são elegantes e primam pela sofisticação da simplicidade, tal como a linguagem dessa que é uma das mais intrigantes e - curiosamente - mais acessíveis escritoras da língua portuguesa. Saí do teatro pensando se não é exatamente isso que nos falta: autores que usem uma linguagem simples para dizer coisas complexas e que de certa forma nos revelem de maneira contundente – ao contrário dos pseudointelectuais que empilham clichês acadêmicos para dizer quase nada.

A peça esteve em Porto Alegre no final de semana e segue para o interior do Rio Grande do Sul, numa turnê promovida pelo SESC, com ingressos a preços populares. Mais informações aqui.

7.11.09

Another false alarm

“Last night I dreamt
That somebody loved me
No hope, no harm
Just another false alarm

Last night I felt
Real arms around me
No hope, no harm
Just another false alarm“

[Johnny Marr e Morrissey]


Quem é você? De onde veio esse olhar esperto que me desconcertou da forma mais inesperada ontem à noite? Que soprou na minha orelha uma frase que eu já tinha esquecido, uma sensação que pra mim já não existia mais. Você, que me tirou a atenção de tudo à volta quando arrumou a meia, passou a mão pela coxa e ajeitou-se na cadeira como se soubesse que o meu olhar lhe tinha encontrado. Você, que restaurou algo em mim. Algo cujo nome eu tenho ainda medo de pronunciar: o levante que, de tanto cair, não me sinto seguro para alçar. E me viu no chão, com a ternura de quem realmente acredita na minha capacidade de levantar, sem saber que por você talvez eu o fizesse. Por aquele olhar esquivo e juvenil que durou menos de um segundo na despedida que praticamente não aconteceu. Não olhe para trás, não me veja, não me enxergue. Desapareça dentro da noite abafada de Porto Alegre na primavera, pisoteie as flores roxas de ipê na calçada sem lembrar-se dos meus olhos apaixonando-se timidamente pelo seu mistério. É melhor assim, vamos deixar o mistério ser, ainda que uma parte contente de mim deseje encontrar você novamente, o resto lhe quer a uma distância segura. Porque o resto de mim é medo e eu não quero ser o homem que só tem isso a lhe oferecer.