Maternidade: por mais empresas com culturas inclusivas

Maternidade: por mais empresas com culturas inclusivas

Juliana Lima, diretora de marketing e sócia na FESA Group.

Nos últimos anos, sinto que as empresas estão mais conscientes e abertas ao tema da maternidade. Hoje, considero essencial trabalhar em uma organização que respeita e valoriza suas pessoas colaboradoras, inclusive como mulher, profissional e mãe. Como experiência pessoal, posso contar que vivi minhas duas gestações em um local que me acolheu e sempre me respeitou e, atualmente, faço parte do Ecossistema FESA que também segue os mesmos valores.

De modo geral, observo que medo, inseguranças e milhares de dúvidas rodeiam mulheres profissionais que almejam se tornar mães ou que desejam viver a maternidade, mas não pretendem abrir mão da sua carreira. As jornadas se multiplicam, assim como as preocupações, as responsabilidades e, consequentemente, a carga. Sendo uma executiva e com duas crianças, posso afirmar que conciliar maternidade e carreira não é uma tarefa simples. Diariamente surgem novos desafios e imprevistos e mesmo com uma rotina estabelecida e rede de apoio estruturada precisamos nos desdobrar para dar conta de tudo, da melhor forma possível.

Por isso, reforço a importância de ambientes de trabalho acolhedores, líderes empáticos e uma cultura organizacional inclusiva. Isso não só influencia na vida profissional das mães, mas faz toda a diferença para que as mulheres exerçam seus papéis com excelência, seja no maternar ou como profissionais realizadas. Hoje, mais do nunca, defendo o valor de empresas com uma cultura mais inclusiva.

Ser mãe me tornou uma profissional melhor

Sou uma profissional melhor depois que me tornei mãe. Aprimorei e desenvolvi muitas habilidades, como:

  • Foco e produtividade: durante o expediente minha dedicação às atividades é total para que eu realmente alcance a melhor performance. Quando desconecto do trabalho, minha dedicação fica integral aos meus filhos.

  • Pragmatismo: a maternidade nos faz enxergar os problemas da forma como realmente são. Afinal, o que é uma tarefa de trabalho perto de cuidar e acolher seu filho febril que acorda chorando durante a madrugada? Dessa maneira, deixamos de supervalorizar a gravidade de problemas mais simples para lidar de maneira mais ágil e objetiva.

  • Criatividade: conectar-se com o mundo infantil me faz ser mais leve, intuitiva e imaginativa, além de proporcionar um repertório mais divertido. Sem dúvidas é um dos ganhos mais valorosos durante a minha jornada materna.

  • Inteligência emocional: ser mãe tem se mostrado uma delícia e nos faz conhecer o maior amor do mundo, mas não é fácil. Educar duas crianças tem sido uma das tarefas mais complexas da minha vida, exigindo um alto grau de inteligência emocional. Em contrapartida, ajuda nas relações interpessoais no ambiente de trabalho, como escuta ativa, assertividade em se comunicar de forma eficiente e lidar com diferentes pessoas e personalidades com maior flexibilidade.

Maternidade ainda é tabu

Por mais incrível que possa parecer, “Maternidade e Carreira” ainda é considerada uma pauta tabu. Apesar de já ouvirmos falar sobre mudanças, os dados mostram que a transformação necessária ainda não acontece, de fato, dentro das organizações. Às vezes reflito que se nem estamos perto do ideal em relação à igualdade de gênero, quem dirá quando tratamos do tema da maternidade.

Resultados de um estudo realizado pela FGV mostram que a probabilidade de emprego das mães no mercado de trabalho formal aumenta gradualmente até o momento da licença e, posteriormente, apresenta baixa. Além disso, a queda no emprego se inicia imediatamente após o período de quatro meses de proteção ao emprego garantido pela licença. Após 24 meses, quase metade daquelas que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho, um padrão que se perpetua 47 meses após a licença. Vale ressaltar ainda que a maior parte se dá sem justa causa e por iniciativa do empregador.

Por fim, saliento que existem iniciativas significativas para conscientização e transformação de culturas e políticas empresariais para uma verdadeira evolução. Há bons projetos de mentoria, como o Mãellenials, que tenho muito orgulho de ter participado, e do Filhos no Currículo, que sou fã e pretendo estabelecer uma relação mais próxima e de parceria. Dito isso, espero que em um futuro próximo, a discussão possa avançar cada vez mais e que tenhamos mais dados positivos para evidenciar!

Bianca Tegas

Gestão de Pessoas | Oratória Comunicaçao Assertiva |Academia SAP SD | Mentorada em Mapeamento de Talentos e Estilos de Comunicação

2 m

Ótimo conselho.

Ronnie Carmo

Gerente Remuneração e Beneficios | ILP | Orçamento | People Analytcs | Digitalização RH | CSC | M&A

2 m

Agradeço o compartilhamento ! otimo texto. :)

Juliana Lima

Diretora de Marketing | Brand Strategist | Mãe do Benjamim e da Alice

2 m

Que privilégio poder falar de maternidade e carreira por aqui! Ser mãe me tornou uma pessoa melhor em todos os aspectos, inclusive profissional. Espero que as minhas reflexões contribuam de alguma forma pq desejo que realmente haja cada vez mais conscientização e evolução do tema nos organizações!! ❤️

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