Faisal Husseini
Faisal Husseini | |
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Nascimento | 17 de julho de 1940 Bagdá |
Morte | 31 de maio de 2001 (60 anos) Kuwait |
Sepultamento | al-Khatuniyya Madrasa |
Cidadania | Estado da Palestina |
Progenitores | |
Irmão(ã)(s) | Ghāzī al-Ḥusaynī |
Ocupação | político |
Prêmios |
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Causa da morte | enfarte agudo do miocárdio |
Faisal Husseini (Bagdá, 17 de julho de 1940 – Cidade do Kuwait, 31 de maio de 2001).
Biografia
[editar | editar código-fonte]Faisal Husseini nasceu em 1940, na capital iraquiana Bagdá, numa família importante por seu viés patriótico, ele era filho de Abd al-Qadir al-Husseini e Wajiha al-Husseini. Sua militância pode ser atribuída à esse nacionalismo latente em sua família pelo menos desde o avô de Faisal, ele era neto de Musa Kazim al-Husseini que foi, em 1918, chefe do munícipio de Jerusalém, e, em 1920, chefe do comitê executivo árabe criado pelo Terceiro Congresso Palestino. Seu pai era o fundador e comandante do Exército da Guerra Santa (Jaysh al-jihad al-muqaddas), e morreu como herói na batalha Al- Qastal em abril de 1948. Abd al-Qadir chegou em Bagdá após sua derrota na Grande Revolta Árabe que aconteceu entre 1936-39; quando Faisal tinha apenas um ano, seu pai participou da revolução Rashid Ali al-Kilani de caráter popular, contra as forças coloniais no Iraque, depois do fracasso da revolta al-Qadir partiu para a Arábia Saudita, seguido 3 anos depois por sua família e se estabeleceram no Egito.[1]
Em 1956 temos um dos primeiros envolvimentos de Faisal na militância, neste ano ele e seus irmãos se “alistaram” voluntariamente para participar das forças populares que lutavam contra um ataque coordenado entre forças britânicas, francesas e israelenses ao Egito. Quando completou 18 anos, se juntou ao Movimento dos Nacionalistas Árabes e voltou para Bagdá para estudar na faculdade de ciências, mas teve que deixar o Iraque após um ano por causa do conflito entre os nacionalistas árabes e os comunistas.[1]
Depois desta fase foi para o Cairo, se matriculou na faculdade de ciências e passou a integrar a liga dos estudantes palestinos. Em 1959 ajudou a criar a União Geral dos Estudantes Palestinos e conheceu Yasser Arafat no Cairo; em 1963 inicia seus treinamentos militares participando de um treino que aconteceu no Egito e foi organizado pela Revenge Youth (Shabab al-Tha’r), um grupo guerrilheiro criado pelo Movimento Nacionalista Árabe.[1]
Faisal e Jerusalém
[editar | editar código-fonte]Em 1964, aos 24 anos, Faisal Husseini volta para Jerusalém para integrar o escritório da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e fica responsável pelo departamento de organização popular; dois anos depois Faisal se muda para Síria para frequentar a academia militar de Aleppo, e em seguida entra para o Exército de Libertação da Palestina.[1]
Depois das derrotas de junho de 1967, Husseini passa a treinar voluntários palestinos na vila libanesa Kaifun. Nesse período, Jerusalém já estava ocupada pelas forças israelenses e para voltar, Faisal precisou se infiltrar pelo Jordão, quando já estava dentro da cidade passou a organizar a resistência à ocupação israelense, por causa disso ele foi preso e condenado à um ano de encarceramento.[1]
Quando foi liberto, em 1968, Husseini resolveu ficar na Jerusalém ocupada e entrou para a Fatah; desde então entrou num conflito que durou cerca de dez anos com as autoridades israelenses para conseguir uma identidade em Jerusalém. Mesmo tendo sido preso por organizar a resistência à ocupação israelense, desde 1969 ele mantém esse movimento e na década de 1980 ele fundou, em Jerusalém, junto com um grupo de acadêmicos palestinos, a Sociedade de Estudos Árabes, que sofreu diversos ataques das forças de Israel e foi fechada muitas vezes. [1]
Em 1981 Faisal se coloca mais uma vez contra as forças israelenses ao organizar um movimento que pedia o alívio das restrições impostas por Israel à população das Colinas de Golã, conquistadas pelos israelenses na Guerra de 1967, por causa de seu envolvimento, as autoridades israelenses o condenaram à prisão domiciliar de 1982 à 1987, o impedindo de concluir a sua licenciatura em história, que estava em andamento desde 1977 na faculdade de ciências humanas da Universidade Árabe de Beirute. Quando a sua prisão domiciliar chegou ao fim, Faisal criou o Instituto Palestino de Direitos Humanos e o Comitê contra o Punho de Ferro, e se destacou como um dos maiores líderes da intifada desse período. [1]
Como membro deste comitê ele defendeu a natureza e os lugares sagrados palestinos na região de Jerusalém, a partir daí liderou diversas manifestações e resistências à assentamentos israelenses em bairros palestinos, com destaque à resistência ao assentamento Har Homa em Jabal Abu Ghunaym e a sua oposição, junto com palestinos da região, à visita provocativa que seria realizada por Ariel Sharon ao Santuário Nobre (Haram al-Sharif) em setembro de 2000.[1]
Prêmio Bruno Kreisky
[editar | editar código-fonte]Em 1991, Faisal Husseini recebeu o prêmio Bruno Kreisky de Direitos Humanos por estabelecer, durante este mesmo ano, conversações com o secretário de estado dos Estados Unidos, James Baker, para prepararem juntos a Conferência pela Paz no Oriente Médio, realizada em Madri, além disso ele ajudou a supervisionar a equipe palestina durante as negociações de paz que aconteceram em Washington.[1]
Ainda em 1991 ele criou uma sede da OLP no Orient House Hotel em Jerusalém para receber os visitantes estrangeiros oficiais e para ser o local das reuniões da equipe de negociação da Palestina, transformou também o local no endereço político da OLP em territórios ocupados.[1]
Faisal Husseini Foundation
[editar | editar código-fonte]A fundação Faisal Husseini foi criada logo após a morte do líder, e tem como objetivo manter viva a ideologia de Faisal e continuar o comprometimento de Husseini com a justiça social e o empoderamento do povo palestino. na essência a fundação foi criada em memória à Faisal Husseini para servir Jerusalém, seus moradores, suas instituições e garantir a sobrevivência e continuidade desse povo.[2]
A missão da fundação é preservar a cultura de Jerusalém, manter a identidade palestina dos moradores da região incentivando a unidade e a cooperação na Jerusalém oriental.[3]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g h i j «Faiçal al-Husseini». Interactive Encyclopedia of The Palestina Question. Consultado em 14 julho 2022
- ↑ «Quem Somos Nós?». Faisal Husseini Foundation. Consultado em 14 julho 2022
- ↑ «Nossa Missão». Faisal Husseini Foundation. Consultado em 14 julho 2022