Svoboda | Graniru | BBC Russia | Golosameriki | Facebook
Saltar para o conteúdo

Osteopetrose

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Osteopetrose
Osteopetrose
Especialidade genética médica
Classificação e recursos externos
CID-10 Q78.2
CID-9 756.52
CID-11 1498426606
OMIM 166600 259700
DiseasesDB 9377
eMedicine med/1692
MeSH D010022
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

A osteopetrose, também conhecida como doença dos ossos de mármore, doença de Albers-Schönberg ou osteosclerose fragilis generalisata [1], é uma doença genética rara caracterizada por um aumento acentuado da densidade óssea [2][3][4].

O termo "osteopetrose" deriva das palavras gregas "osteo" (osso) e "petros" (pedra), refletindo a natureza densa e pétrea dos ossos afetados pela doença [5].

Foi descrita pela primeira vez em 1904 pelo radiologista Heinrich Albers-Schönberg [1], que observou esta característica em radiografias de um paciente [6].

A osteopetrose abrange um grupo de doenças esqueléticas marcadas por uma falha na função normal dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea [7]. Esta deficiência resulta num desequilíbrio na remodelação óssea [4], levando a uma acumulação excessiva de massa óssea [1][8].

Embora possa parecer contraintuitivo, este aumento da densidade óssea torna os ossos mais frágeis [7] e suscetíveis a fraturas [5].

Além disso, a doença pode apresentar várias manifestações fenotípicas, desde formas benignas a variantes severas que podem ser fatais na infância [5].

A maioria das formas de osteopetrose é transmitida de forma autossómica, tanto recessiva quanto dominante [4]. A causa principal são mutações genéticas que afetam a função dos osteoclastos, resultando num desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, o que leva a ossos densos, mas mecanicamente frágeis [1].

A mutação no gene TCIRG1 é a causa mais comum de osteopetrose autossómica recessiva (ARO), representando mais de 50% dos casos. Outras mutações envolvidas incluem o gene CLCN7, responsável por cerca de 17% dos casos e, o gene OSTM1, que causa neurodegenerescência grave em cerca de 5% dos casos. Além disso, mutações no gene SNX10 e na anidrase carbónica II (CA-II) também estão associadas à doença, sendo a última extremamente rara e acompanhada por calcificação cerebral e acidose tubular renal [5].

Essas mutações genéticas são cruciais para entender a doença e desenvolver tratamentos mais eficazes, apesar dos desafios contínuos devido à complexidade e variabilidade clínica da osteopetrose.

Referências

  1. a b c d Gresky, J., Dellú, E., Favia, M., Ferorelli, D., Radina, F., Scardapane, A., & Petiti, E. (2021). A critical review of the anthropological and paleopathological literature on osteopetrosis as an ancient rare disease (ARD). International journal of paleopathology, 33, 280–288. https://doi.org/10.1016/j.ijpp.2021.05.006
  2. Stark, Z., & Savarirayan, R. (2009). Osteopetrosis. Orphanet journal of rare diseases, 4, 5. https://doi.org/10.1186/1750-1172-4-5
  3. Palagano, E., Menale, C., Sobacchi, C., & Villa, A. (2018). Genetics of Osteopetrosis. Current osteoporosis reports, 16(1), 13–25. https://doi.org/10.1007/s11914-018-0415-2
  4. a b c Lam, D. K., Sándor, G. K., Holmes, H. I., Carmichael, R. P., & Clokie, C. M. (2007). Marble bone disease: a review of osteopetrosis and its oral health implications for dentists. Journal (Canadian Dental Association), 73(9), 839–843. https://www.cda-adc.ca/jcda/vol-73/issue-9/839.html
  5. a b c d Penna, S., Capo, V., Palagano, E., Sobacchi, C., & Villa, A. (2019). One Disease, Many Genes: Implications for the Treatment of Osteopetroses. Frontiers in endocrinology, 10, 85. https://doi.org/10.3389/fendo.2019.00085
  6. Tolar, J., Teitelbaum, S. L., & Orchard, P. J. (2004). Osteopetrosis. The New England journal of medicine, 351(27), 2839–2849. https://doi.org/10.1056/NEJMra040952
  7. a b Freire, F., Alves, G., Leandro, J., Biscoito, L., & Veiga, G. (2001). Osteopetrose: a propósito de um caso clínico. 39(1), pp. 73-83. http://hdl.handle.net/10400.10/371
  8. Gresky, J., Sokiranski, R., Witzmann, F., & Petiti, E. (2020). The oldest case of osteopetrosis in a human skeleton: exploring the history of rare diseases. The lancet. Diabetes & endocrinology, 8(10), 806–808. https://doi.org/10.1016/S2213-8587(20)30307-7