União Europeia deve apoiar ativamente a oposição democrática da Rússia 

Comunicado de imprensa 
 
 

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  • Assassinato de Alexei Navalny é mais um sinal da repressão crescente e sistemática na Rússia 
  • Vladimir Putin deve ser responsabilizado pelo assassinato de Alexei Navalny 
  • População da Rússia não deve ser confundida com o «regime belicista, autocrático e cleptocrático do Kremlin» 
  • Estados-Membros devem considerar a possibilidade de intercâmbio de prisioneiros 
Parlamento considera assassinato de Alexei Navalny mais um sinal do aumento da repressão na Rússia ©Petras Malukas/ AFP  

O Estado russo e em particular o presidente Vladimir Putin são os responsáveis a nível criminal e político pela morte do seu adversário mais forte, Alexei Navalny, referem os eurodeputados.

O Parlamento Europeu condena veementemente o assassinato de Alexei Navalny e apoia plenamente Yulia Navalnaya na sua determinação em prosseguir o trabalho iniciado pelo marido. Numa resolução aprovada quinta-feira, os eurodeputados salientam que a plena responsabilidade penal e política pela sua morte cabe ao Estado russo e, em particular, ao seu presidente Vladimir Putin.

Os eurodeputados alertam para o facto de o assassinato de Alexei Navalny ser mais um sinal da repressão crescente e sistemática na Rússia e exigem uma investigação internacional independente e transparente do seu assassinato, com o propósito de descobrir a verdade, garantir a responsabilização e fazer justiça.

O sistema político da Rússia é "controlado por um regime autoritário consolidado, marcado por corrução flagrante", lê-se na resolução. O texto também refere que o regime recorre a eleições manipuladas para dar uma aparência de democracia e com todo o poder concentrado nas mãos de Vladimir Putin.


Apoiar a oposição democrática na Rússia

Salientando que «o povo da Rússia não pode ser confundido com o regime de guerra, autocrático e cleptocrático do Kremlin», os eurodeputados manifestam a sua «solidariedade para com todos aqueles que, na Rússia e no exterior - apesar da repressão intencionalmente brutal e das graves consequências pessoais -, continuam a ter a coragem de falar a verdade».

Alexei Navalny incorporou a luta pela liberdade e pela democracia, com o sonho de uma «bonita Rússia do futuro», dizem os eurodeputados, apelando à UE e aos seus Estados-Membros para que continuem a mostrar solidariedade infalível e a apoiar ativamente a sociedade civil russa independente e a oposição democrática.

Os eurodeputados instam igualmente os Estados-Membros a intensificarem os seus esforços para encontrar formas viáveis de libertar as pessoas que sofrem prisão e repressão, especialmente os presos doentes ou políticos que foram torturados, incluindo a opção de possíveis intercâmbios de prisioneiros.


Apoiar a Ucrânia é a melhor resposta ao Kremlin

Desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em 2022, as autoridades russas aumentaram a repressão às vozes da oposição no país, alertam os eurodeputados, que querem que a UE, os seus Estados-Membros e parceiros que partilham as mesmas ideias em todo o mundo continuem a apoiar a Ucrânia a nível político, económico, financeiro e militar como a melhor resposta às atuais práticas agressivas do regime do Kremlin. A vitória decisiva da Ucrânia poderá conduzir a mudanças na Federação Russa, em particular as políticas imperialistas, entre outras condições essenciais para estabelecer a democracia na Rússia.

O Parlamento insta a Comissão Europeia e, em particular, o Serviço Europeu para a Ação Externa a desenvolverem uma política estratégica proativa e a longo prazo em relação à Rússia, que responda efetivamente à realidade atual das relações UE-Rússia, à situação dos direitos humanos na Rússia e às necessidades de apoio da sociedade civil russa e dos representantes da oposição no exílio.

A resolução foi aprovada por 506 votos a favor, nove votos contra e 32 abstenções.