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Ferroviários alemães iniciam greve histórica de seis dias que pode afetar toda a Europa

Os ferroviários da Alemanha deram início à mais longa greve do setor na história do país. O movimento vai paralisar o tráfego por seis dias e deverá custar milhões de euros à maior economia da Europa.

Imagem de ilustração mostra passageiros à espera de trens na estação de Colônia, Alemanha, 12/01/24.
Imagem de ilustração mostra passageiros à espera de trens na estação de Colônia, Alemanha, 12/01/24. REUTERS - JANA RODENBUSCH
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A paralisação no transporte de passageiros começou na quarta-feira às 2h da madrugada, no horário local, e na noite de terça-feira no transporte de mercadorias. O movimento, iniciado por um conflito sobre salários e horários de trabalho, deve terminar na segunda-feira, 29 de janeiro, às 18h (14h no horário de Brasília).

O ministro alemão dos Transportes, Volker Wissing, classificou a greve de "destrutiva", já que a Alemanha começa a ficar para trás na concorrência internacional. O PIB do país contraiu 0,3% no ano passado.

De acordo com o grupo Deutsche Bahn (DB), essa será a greve mais longa dos maquinistas na Alemanha, quebrando o recorde anterior, de maio de 2015, e a quarta desde novembro de 2023. Ela ocorre em meio às negociações paralisadas entre o DB e o sindicato dos maquinistas de locomotivas GDL .

A ação “é também um golpe contra a economia alemã”, disse a porta-voz do DB, Anja Bröker, alertando para o impacto nas cadeias de abastecimento.

A paralisação pode afetar entregas a centrais elétricas e refinarias, acarretando a possibilidade de interrupções no fornecimento de energia e combustível a fábricas, automóveis, químicas ou siderúrgicas.

Com seis corredores europeus de transporte ferroviário de mercadorias, a Alemanha tem um papel central no tráfego de bens de consumo e o DB Cargo, subsidiária de transporte de mercadorias do DB, opera cerca de 20.000 trens por semana, servindo uma grande parte do continente.

“Mesmo após o fim de uma greve, serão necessários vários dias ou mesmo semanas para que a rede europeia esteja operacional”, de acordo com a avaliação do DB.

 “Uma greve nacional de um dia nas ferrovias pode custar até €100 milhões de euros por dia” à produção econômica alemã, estima o economista Michael Grömling, do instituto IW Cologne, próximo dos empregadores.

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Multiplicação de conflitos sociais

A paralisação ferroviária ocorre num contexto já tenso para o setor logístico, devido aos atrasos e custos adicionais no transporte marítimo de mercadorias causados ​​pelo desvio do Mar Vermelho, onde conflitos regionais elevam a tensão.

“Em casos extremos, o custo da greve poderá atingir bilhões de euros”, afirma Grömling.

Para o grupo Deutsche Bahn, cada dia de greve resulta em custos estimados em dezenas de milhões de euros, disse um porta-voz à AFP.

A empresa afirma ter “feito concessões” e uma última “oferta generosa de até 13%” de aumentos salariais, com possibilidade de redução do horário de trabalho.

A longa greve que se inicia é “proporcional, legal e aceitável”, segundo os tribunais que analisaram a questão, argumentou quarta-feira o presidente do sindicato dos maquinistas GDL, Claus Weselsky, no canal público ZDF.

Diante de uma diretoria do DB “relutante em discutir”, é, portanto apropriado “atacar mais e mais duramente”, afirmou o chefe do sindicato minoritário dentro da empresa de cerca de 211 mil funcionários.

A GDL exige aumentos salariais para compensar a inflação e uma mudança para uma semana de 35 horas durante quatro dias, em comparação com as atuais 38 horas semanais.

A última oferta da empresa pública diz respeito a 37 horas semanais pelo mesmo salário – ou um aumento salarial adicional de 2,7% para quem mantiver o mesmo volume horário.

No ano passado, o grupo Deutsche Bahn pôs fim a um conflito social lançado pelo sindicato majoritário EVG, que representa cerca de 180.000 agentes.

A Alemanha, conhecida pela qualidade do diálogo social, assiste a um aumento dos conflitos sociais.

Importantes ramos profissionais da indústria e dos serviços conduziram negociações salariais tensas num contexto de inflação que corroeu o poder de compra dos trabalhadores.

Esses movimentos sociais também enfraquecem a coalizão governamental do chanceler social-democrata Olaf Scholz, que luta contra uma impopularidade recorde.

Com informações da AFP

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