Ásia-Pacífico
Ilhas Fiji
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Ranking 2023
89/ 180
Nota: 59,27
Indicador político
102
53.13
Indicador econômico
100
45.10
Indicador legislativo
112
55.97
Indicador social
91
62.88
Indicador de segurança
72
79.26
Ranking 2022
102/ 180
Nota: 56,91
Indicador político
128
44.85
Indicador econômico
104
39.80
Indicador legislativo
115
58.33
Indicador social
107
64.00
Indicador de segurança
54
77.55

Os jornalistas que criticam demais o governo são regularmente alvo de tentativas de intimidação e até de prisão. A chegada, no fim de 2022, do novo primeiro-ministro Sitiveni Rabuka ao comando da República de Fiji não trouxe nenhuma mudança significativa para os profissionais da mídia. No entanto, após 16 anos de governo semiautocrático, ela representa uma esperança.

Cenário midiático

Dois diários dominam o panorama da mídia impressa: o Fiji Sun, pró-governo, e o Fiji Times, jornal histórico do arquipélago, fundado em 1869 e ainda conhecido por sua independência. Duas grandes redes de televisão, a estatal Fiji Broadcasting Corporation (FBC) e a privada Fiji Television, competem pela audiência. A Mai TV, fundada em 2008, trouxe uma renovação do conteúdo noticioso, com uma presença mais intensa online. O rádio é um meio de comunicação fundamental no arquipélago, cuja população está espalhada por uma centena de ilhas: assim, a posição de liderança da FBC é disputada pelas emissoras do grupo de mídia FijiVillage, como a Radio Sargam, a Navtarang e a Viti FM.

Contexto político

Desde os anos 2000, a liberdade de imprensa foi diretamente afetada pelos recorrentes ataques do primeiro-ministro Bainimarama, ex-comandante do Exército, que manteve o estilo marcial como chefe de Estado. Diante da pandemia de Covid-19, um de seus aliados expressou a necessidade de abafar qualquer crítica [ao governo], suprimindo a liberdade de imprensa”. Em geral, as pressões das autoridades civis e militares sobre a mídia são estruturais. No entanto, algumas figuras políticas expressaram seu apoio a uma imprensa livre, como o líder do Partido da Federação Nacional, Biman Prasad.

Quadro jurídico

Os veículos de comunicação operavam sob o peso do draconiano Decreto de Desenvolvimento da Indústria de Mídia, de 2010 (convertido em lei em 2018), e da autoridade reguladora resultante, a Media Industry Development Authority (MIDA), diretamente ligada ao governo. Os jornalistas que violavam as disposições, vagamente formuladas, desta lei podiam ser condenados a penas de até dois anos de prisão. O decreto foi revogado no dia 6 de abril de 2023. A instrumentalização das leis de sedição, das quais o Fiji Times foi alvo diversas vezes, também cria um clima de medo e autocensura, com sentenças que podem chegar a sete anos de prisão.

Contexto económico

A mídia percebida como crítica ao governo sofre com políticas tendenciosas em relação a publicidade e avisos legais, de modo que o governo pode usá-las como uma espécie de chantagem. No auge da pandemia de Covid-19, por exemplo, o Fiji Sun, pró-governo, beneficiou-se de uma política preferencial de publicidade estatal, em detrimento de seu rival, o Fiji Times. Este último também teve sua distribuição proibida em várias regiões do arquipélago na primavera de 2020 com base na justificativa, apresentada pelo governo, de que “a imprensa é um serviço não essencial”.

Contexto sociocultural

Os 940 mil fijianos formam uma sociedade multicultural, com o reconhecimento de três línguas oficiais no país: fijiano, inglês e hindi fijiano. Os descendentes das populações autóctones representam pouco mais de metade da população, enquanto aqueles descendentes de antigos imigrantes vindos do subcontinente indiano totalizam pouco menos de 40%. O resultado é um cenário de mídia bastante fragmentado, sobretudo no aspecto linguístico, com comunidades reivindicando meios de comunicação exclusivos.

Segurança

Os interesses dos jornalistas são representados pela Fiji Media Association (FMA), que critica com regularidade a pressão do governo sobre o setor. Os jornalistas enfrentam a ameaça de multas pesadas ou prisão por publicar material “contrário aos interesses públicos e nacionais”, termo mal definido em lei, enquanto a entidade reguladora, a MIDA, é com frequência acusada de parcialidade. Nesse contexto, muitos jornalistas precisam pensar duas vezes antes de publicar conteúdo crítico aos representantes do Estado.

Ataques em tempo real em Ilhas Fiji

Assassinados a partir de 1o de janeiro 2024
0 jornalistas
0 colaboradores de meios
0
Detidos atualmente
0 jornalistas
0 colaboradores de meios
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